Uma
calvinista inglesa, Rachel Specht, usou, em 1621, a parábola dos talentos
para defender o direito das mulheres. Ela argumentava que as mulheres receberam
corpo, alma e espírito de Deus. A alma, segundo ela, era o lugar onde habita a
mente, a vontade e o poder.
Para que Deus daria todos estes talentos a elas se
não para serem usados? Não usá-los seria uma irresponsabilidade. As mulheres
precisavam assumir o compromisso com o Evangelho, ou teriam que responder
diante do Senhor pelo mau uso dos seus talentos. Rachel escrevia em forma de
poesia e usava o próprio nome, em uma época em que as mulheres faziam uso de
pseudônimos masculinos para permanecer no anonimato. As suas anotações eram
abonadas por passagens bíblicas, o que revela seu conhecimento e capacidade de
argumentação teológica (12).
As
denominações oriundas da Reforma levaram algum tempo para permitir a ordenação
de mulheres. Ainda hoje, em alguns lugares e em determinadas denominações,
lamentavelmente ela não é permitida.
Resgatar esta história é fazer justiça a estas
mulheres que tiveram a coragem de fazer diferente, abrindo caminhos para que
tantas outras pudessem assumir o púlpito e ser ordenadas ao ministério. Que o
dia 31 de outubro seja também um espaço de comemorar todas estas reformadoras e
de continuar lutando pelo nosso direito de exercer "o sacerdócio universal
de todos os e todas as crentes".
Para saber mais sobre a influência das mulheres na Reforma Protestante, seguem abaixo as referências bibliográficas utilizadas para elaboração dos textos aqui postados.
R. BAINTON, Women of the Reformation in Germany and Italy, p. 55, apud: J. D. DOUGLAS, op. cit. p. 101.
Para saber mais sobre a influência das mulheres na Reforma Protestante, seguem abaixo as referências bibliográficas utilizadas para elaboração dos textos aqui postados.
Martim
LUTERO. Obras selecionadas, v. 5, p. 160-169.
John KNOX, The first blast of the trumpet against the monstruous
regiment of women (1558), in: The works of John Knox, ed. David Laing,
v. IV, p. 366-373, ap. J. D. DOUGLAS, op. cit., p. 103-104.
George H. TAVARD, Woman in Christian Tradition, p. 176.
Heloísa Gralow DALFERTH, Katharina von Bora, em especial p. 86.
Alexander Duncan REILY, Ministérios Femininos em Perspectiva Histórica,
p. 136-137.
R. BAINTON, Women of the Reformation in Germany and Italy, p. 55, apud: J. D. DOUGLAS, op. cit. p. 101.
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