sábado, 2 de novembro de 2013

Mulheres na Reforma - Rachel Specht

Uma calvinista inglesa, Rachel Specht, usou, em 1621, a parábola dos talentos para defender o direito das mulheres. Ela argumentava que as mulheres receberam corpo, alma e espírito de Deus. A alma, segundo ela, era o lugar onde habita a mente, a vontade e o poder. 
Para que Deus daria todos estes talentos a elas se não para serem usados? Não usá-los seria uma irresponsabilidade. As mulheres precisavam assumir o compromisso com o Evangelho, ou teriam que responder diante do Senhor pelo mau uso dos seus talentos. Rachel escrevia em forma de poesia e usava o próprio nome, em uma época em que as mulheres faziam uso de pseudônimos masculinos para permanecer no anonimato. As suas anotações eram abonadas por passagens bíblicas, o que revela seu conhecimento e capacidade de argumentação teológica (12).

As denominações oriundas da Reforma levaram algum tempo para permitir a ordenação de mulheres. Ainda hoje, em alguns lugares e em determinadas denominações, lamentavelmente ela não é permitida.

Resgatar esta história é fazer justiça a estas mulheres que tiveram a coragem de fazer diferente, abrindo caminhos para que tantas outras pudessem assumir o púlpito e ser ordenadas ao ministério. Que o dia 31 de outubro seja também um espaço de comemorar todas estas reformadoras e de continuar lutando pelo nosso direito de exercer "o sacerdócio universal de todos os e todas as crentes".


Para saber mais sobre a influência das mulheres na Reforma Protestante, seguem abaixo as referências bibliográficas utilizadas para elaboração dos textos aqui postados.

Martim LUTERO. Obras selecionadas, v. 5, p. 160-169.

John KNOX, The first blast of the trumpet against the monstruous regiment of women (1558), in: The works of John Knox, ed. David Laing, v. IV, p. 366-373, ap. J. D. DOUGLAS, op. cit., p. 103-104.

George H. TAVARD, Woman in Christian Tradition, p. 176.

Heloísa Gralow DALFERTH, Katharina von Bora, em especial p. 86.

Alexander Duncan REILY, Ministérios Femininos em Perspectiva Histórica, p. 136-137.

R. BAINTON, Women of the Reformation in Germany and Italy, p. 55, apud: J. D. DOUGLAS, op. cit. p. 101. 

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