sábado, 11 de maio de 2013

Dias das mães: moeda perdida ou tesouro precioso?


Dias das mães: moeda perdida ou tesouro precioso?
Neste fim de semana lembramos o dia das mães. Dia de comemoração. Almoço em família.  Dia de presente. Dia de festa. Confesso que o dia me incomoda um pouco. Tudo parece perfeito. Presente, flores, abraços, palavras, gestos.... Mas, e depois? Depois tudo volta ao “normal”.
Não podemos lembrar/comemorar o dia das mães sem falar da luta das mães-mulheres pela vida.  Mães-mulheres que carregam no rosto a marca do tempo – do tempo dedicado aos filhos, a casa, ao trabalho. Trabalho este que muitas vezes não é reconhecido. A dupla ou tripla jornada, que nada tem de belo e satisfatório.
A Rainha do lar, infelizmente algumas mães foram reduzidas a esta condição. Adjetivo infeliz. A rainha que habita seu castelo: a casa... Ali sim poderiam governar...ali  podia decidir o que fazer para o almoço ou quando lavar a roupa.  Essa semana li um jogral infantil que dizia que “todas as mães são consideradas rainhas, porque elas sofrem por seus filhos.” Isto sim poderia ser uma boa definição da rainha que temos dentro da nossa casa. Alguém que carrega consigo o carinho, o aconchego, a dedicação, o amor, mas também o sofrimento, e as vezes, a frustração.
No Evangelho de Lucas 15.8-10 lemos que uma mulher tinha dez moedas de prata, ela perde uma. Ela então acende a lamparina, varre a casa e procura com muito cuidado para acha-la. E quando a encontra chama as amigas para compartilhar a alegria de ter encontrado a moeda perdida.
Neste texto, que conhecemos como a parábola da moeda perdida, o importante é o gesto de quem procura, ou seja, o gesto da mulher que procura, encontra depois de muito trabalho e se alegra com isso.
Quem eu no texto? Sou aquele/a que perdeu algo? O que se perdeu em minha vida? Quem se perdeu de mim? Que esperanças e sonhos se perderam? Sou a moeda perdida? Como me sinto como moeda perdida? Abandonada e só? Esquecido/a? Sou aquele/a que procura? O que eu procuro? Sou aquele/a que encontra? Que alegrias experimento ao reencontrar o que se perdeu de mim? Que alegrias experimento ao ver que meu esforço em procurar valeu a pena?
Pensando no dia das mães eu diria que essa mulher que procura com grande cuidado e agilidade é nossa mãe. Tenho certeza que muitas de vocês, mães se viram no papel desta mulher. A mulher da qual nos fala o texto não é uma mulher de grandes posses. O que ela perdeu é de pouco valor, mas mesmo assim ela procura com agilidade, acende a luz, talvez porque a casa seja sem janelas. Também não dever ser um chão muito liso, pois, neste caso seria fácil encontrar a moeda.
Dez moedas representam um valor pequeno. Perdeu-se uma de dez moedas; é muito pouco, mas é um décimos de tudo o que ela possui. O empenho em procurar a moeda está ligado ao ter muito pouco.
Na busca desta mulher por algo de pouco valor, mas de muito valor para ela, percebemos a luta das mulheres mães, que lutam por algo que  as vezes é pouco para nós, mas muito para elas.
A busca incessante de mulheres mães  pelo sustento e o bem estar de seus filhos, de sua casa de sua família.
Talvez algumas mães  também se sintam a moeda perdida. Esquecida em algum canto! Quantas mulheres-mães se sentem abandonadas, perdidas com o `prazo de validade vencido’, pois dedicaram todo seu tempo cuidando dos filhos,  e depois os filhos saem de casa e estas mulheres-mães  parecem que perdem o objetivo na vida. Elas tinham como objetivo a vida dos filhos. Muitas são as mulheres-mães que viveram e vivem em função dos filhos, da casa, do trabalho. E nós filhos e filhas, maridos, companheiros, como correspondemos a toda essa dedicação? Amar a nossa mãe, abraçá-la, ajudá-la deveria acontecer todos os dias, e não só no fim de semana do dia das mães.  O dia das mães deveria servir para fazermos uma revisão das nossas atitudes, como é o nosso relacionamento, o que podemos mudar. Como agimos em nossa família?

Para ajudar na nossa reflexão gostaria de lhes contar uma pequena história: a história do poço

         “Três mulheres foram buscar água no poço. Perto dali estava sentado um homem velho. Ele ouvia as mulheres louvando seus filhos. – Meu filho – disse a  primeira – é tão ágil que deixa todos para traz. – Meu filho – disse a segunda – canta tão bem como o rouxinol! Não há quem tenha a voz tão boa como a dele. E por que não louvas teu filho? – Perguntaram à terceira, que ficava calada. – Ele não tem nada que eu pudesse louvar – respondeu ela.  – Meu filho é apenas um menino comum, e não tem nada de especial....
         As mulheres encheram seus baldes e foram para casa. Mas o velho homem segui-as de perto. Os baldes eram pesados para os braços já cansados de trabalhar. Por isso as mulheres pararam para descansar e aliviar a dor das costas. Nisso vieram três rapazes ao seu encontro. O primeiro apoiou as mãos no chão e fez uma série de cambalhotas. As mulheres exclamaram: - Que menino ágil e esportivo!
         O segundo cantou tão lindo como o rouxinol, e as mulheres ficaram escutando comovidas, com lágrimas nos olhos.
         O terceiro rapaz correu para junto da mãe, levantou os seus baldes e carregou para casa. Então as mulheres perguntaram ao homem velho: - Que achas de nossos filhos?  - Onde estão seus filhos? – Perguntou o ancião admirado.  – Vejo só um filho.”
Ser filho, filha de verdade, não só de aparências. É isto que nos disto esta pequena história. Esta pequena história quer nos ajudar na missão de filhos e filhas de verdade e de fato, através de pequenos gestos de amor.
Dia das mães é todo dia. Pois todo o dia é dia de externar carinho e recomeçar a vida. Não deixe para em fazê-lo tarde demais.  Vá ao encontro de sua mãe. Se você tem esta oportunidade não a perca. Reconheça que esta mulher que cuida, que ama, que trabalha, não é uma moeda perdida e sem valor, mas é presente valioso de Deus.
Para as mães: o final do texto do Evangelho, nos fala da grande alegria da mulher ao encontrar a moedinha. A mulher compartilha sua alegria com amigas e vizinhas. A experiência dessa mulher que compartilha sua alegria é um convite, um chamado para nos também partilharmos nossas alegrias, nossa vida com nossas amigas. Se você ainda não participa, venha partilhar sua vida, suas alegrias e também suas tristezas nos encontros de que a sua comunidade oferece.
Mães vocês são um tesouro, um presente que Deus colocou em nossa vida.
Que a paz de Deus esteja com todos vocês. Amém.
Pa. Sandra Helena Fanzlau


Nenhum comentário :

Postar um comentário