quarta-feira, 8 de maio de 2013

Ascensão de Nosso Senhor e Pentecotes


Dia 09 de maio celebramos ASCENSÃO DE NOSSO SENHOR
Dia 19 de maio celebramos PENTECOSTES



ASCENSÃO E PENTECOSTES
Despedidas: encontros e reencontros.
Despedidas! Despedidas fazem parte de nossa vida. Do nascer ao morrer! Quando nascemos, nos despedimos do aconchego e da segurança do útero de nossa mãe e entramos no mundo. A medida que vamos crescendo e fazendo descobertas vamos nos despedindo da nossa infância, do nosso corpo de criança, dos nossos sonhos de crianças e entrando em contato com uma nova realidade.
Ao longo da vida as despedidas vão transformando e modificando nossa vida e nossas experiências. Despedimo-nos da casa de nossos pais para estudar, trabalhar ou casar. Despedimo-nos de amigos/as que vêm e que vão. Quando se faz aniversário também vivenciamos uma despedida!
A vida é um despedir-se e um reencontrar-se. E, neste reencontro a gente dá-se conta de novos momentos que a vida nos oferece.
A Bíblia fala também de despedidas que marcaram e transformaram a vida de muitas pessoas.  Lembro-me do velho Abraão. Quando ele se despediu e deixou para traz a sua terra natal e parentela, aos 75 anos, colocando-se inteiramente nas mãos Deus para uma nova realidade. O próprio Deus ordenou para que saísse e fosse uma bênção. Sair, despedir-se para ser uma bênção para muitas pessoas. É um despedir-se para um reencontrar-se com o desconhecido.
Lembro-me de Moisés. A mãe precisou despedir-se desta criança e colocá-la no rio Nilo para preservar a sua vida. E, quando jovem, precisou entregá-lo ao Faraó. Deve ter sido difícil para a mãe despedir-se de seu filho. O despedir-se, no entanto, faz-se necessário para viver.
Ana, com muita fé pediu em oração a Deus para ter um filho. E, após a criança nascer, é ofertada para a obra de Deus. Ana se despede de Samuel. O filho que ela tanto pedira é entregue ao trabalho na Seara do Senhor.
Os discípulos de Jesus também se despediram dos seus barcos e suas  famílias para segui-lo. A despedida proporcionou mudanças profundas. Nova direção, novas possibilidades, novo sentido para vida. Despedida não se calcula. Elas acontecem, são possibilidades para os quais novos caminhos se abrem.
A própria vida de Jesus Cristo está marcada por despedidas. Despedir-se da sua Glória e tornar-se humano como você e eu. Jesus desce até nós, vai até a sepultura para mostrar o quanto Deus nos ama. Sem despedida, não conheceríamos Jesus, não teríamos esperança, perspectiva de vida no mundo. Sua despedida definitiva acontece quarenta dias após a Páscoa. Jesus cumpre sua Missão na terra e se despede dos/as que com Ele conviveram. Mas esta  despedida, a Ascensão de Jesus Cristo, também trouxe novas possibilidades, novos desafios. Desafios de sermos suas testemunhas com a promessa da sua presença.
            Ascensão é convite. Convite para nos despedir de nossos medos, da nossa falta de coragem para testemunhar o amor de Deus. Antes de despedir há aproximação, aproximar-se da palavra de Deus, para que reconheçamos quem somos e quem é Deus que se revelou em Jesus Cristo!
            A despedida de Jesus, ao subir ao céu e permanecer perto do Pai, abre um novo caminho. “... quando o Espírito Santo descer sobre vocês, vocês receberão poder e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria e até nos lugares mais distantes da terra”. (Atos 1.8)
            Nos quarenta dias que Cristo permaneceu na terra, após sua ressurreição, constantemente chamou atenção de seus discípulos para aquilo que ainda deve ser feito. No dia de Pentecostes os discípulos vivenciaram neles a atuação do Espírito Santo sobre a forma de línguas de fogo. Tocados, transformados para não se calar, para não permanecerem trancados, colocam-se a caminho. Despedem-se de seus medos, de suas cegueiras e fazem de suas vidas, o templo do Espírito Santo. A boa nova é vivenciada.
            O mais bonito de toda essa experiência é que não foi uma vivência individual e sim uma vivência comunitária.            Pentecostes é o surgimento da Igreja Cristã, é a ação comunitária dos/as discípulos/as de Jesus Cristo neste mundo. É o Santo Espírito nos chamando para integrarmos a Missão de Deus e não deixarmos de falar das coisas que vimos, ouvimos e experimentamos.  É ação do Espírito Santo agindo e nos convidando para repartir o pão nosso de cada dia. A vinda do Consolador nos revela que Deus tem como propósito transformar todas as pessoas em instrumentos de sua ação no mundo. Já nos dizia o apóstolo Paulo que Deus escolheu os humildes e fracos para envergonhar os sábios e poderosos, para que ninguém se orgulhe em sua presença. Homens e mulheres, jovens e velhos, são chamados a se apaixonar. Apaixonar pela missão de Deus. Apaixonar-se é despedir-se do nosso egoísmo, da nossa inércia, da nossa sonolência e colocar mãos à obra na Missão de Deus. Pentecostes nos lembra que cada um de nós é capacitado para testemunhar o Evangelho de forma profética, pois o Espírito Santo destrava a língua daquele que crê, para que possa testemunhar o que viu e ouviu. Ele nos capacita para denunciar o que está errado em nosso meio e anunciar a vontade de Deus.  Ele nos chama a nos apaixonar pela Missão de Deus, despedindo-nos das velhas coisas, pois “quem está em Cristo é nova criatura, as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas. (2 Co 5.17)
            Que Ascensão e Pentecostes sejam celebrações de despedidas e encontros. Um precisa do outro, caso contrário, não há crescimento, nascimento nem novo momento.
Pa. Sandra Helena Fanzlau


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