sábado, 30 de março de 2013

A Cruz vazia e a semente


A cruz vazia e a semente


Podemos encontrar o sentido da Páscoa na cruz de Cristo e no grão de trigo. Como cristãos costumamos usar a cruz sem o corpo de Cristo pregado a ela; a não ser na sexta-feira santa, quando lembramos a crucificação de Cristo. Nos outros dias queremos sempre celebrar a ressurreição de Cristo, porque é Ele quem traz a novidade para dentro do mundo. 

É isso que nos lembra a cruz vazia: não podemos celebrar com Cristo preso à cruz. O apóstolo Paulo nos diz: “Sabemos que Cristo ressuscitou e nunca mais morrerá, pois a morte não tem mais poder sobre Ele”.  Romanos 6.9. 

Portanto, ressurreição nos faz celebrar sempre de novo a esperança. Aquilo que nos mantêm na teimosia, na luta da vida e que nos faz acreditar nela, apesar dos muitos sinais de morte que nos chegam. Precisamos a cada dia olhar para a cruz vazia que não conseguiu prender Jesus. Aliás, o grão de trigo nos faz lembrar disso, Jesus diz: “Se o grão de trigo não for jogado na terra e não morrer, ele continuará a ser apenas um grão. Mas, se morrer, dará muito trigo”.  João 12.24

 Há uma pequena história que serve de ilustração.
         Era uma vez um grão de trigo. Tinha muito orgulho de si mesmo. Julgava-se o dono de sua vida e pensava tomar às rédeas de sua vida em suas mãos. – sou um belo grão de trigo – dizia consigo mesmo e estava convicto de sua grandeza. Por isso, não queria se colocado na terra. Não queria se sujar na terra ou morrer na terra. Queria ser guardado num saco plástico – na estante – para ali poder ser admirado e poder se admirar de sua beleza e perfeição. Havia um outro grão de trigo, no entanto, não tinha tanto orgulho de si mesmo. Não se opunha ser colocado na terra. Era humilde e estava disposto a entregar a sua vida”.  O que aconteceu? O primeiro grão não conseguiu preservar a sua vida e, passando alguns anos, virou pó, desapareceu completamente e foi jogado fora. Como se joga o pó fora... O segundo grão, colocado à terra, também desapareceu, mas depois de algum tempo – vejam só – dele brotou nova vida, um pé de trigo bonito. Que produziu dezenas de novos grãos.
            
           Parece que nós somos muito parecidos com o primeiro grão de trigo. Queremos nos preservar e nos isolarmos, nos resguardarmos do mundo. Queremos ser objetos de admiração e não nos misturarmos. Querendo nos resguardar passamos pela vida sem vivê-la. E assim, na ânsia de preservar nossa vida, encontramos a morte. Isto não precisa ser assim. Cristo nos libertou desta preocupação para viver a vida em completa liberdade e disponibilidade ao servir e ao testemunhar.

            Vale lembrar da palavra bíblica que nos diz: “Jesus Cristo disse: Eu sou aquele que vive. Estive morto, mas agora estou vivo para todo o sempre” Apocalipse 1.18

Abençoada Páscoa – 2013
Pastor Vernei Hengen
Paróquia Evangélica de Confissão Luterana Marechal Cândido Rondon – IECLB
(Comunidade Evangélica Martin Luther)

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