A cruz vazia e a semente
Podemos encontrar o sentido da Páscoa na cruz de Cristo e
no grão de trigo. Como cristãos costumamos usar a cruz sem o corpo de Cristo
pregado a ela; a não ser na sexta-feira santa, quando lembramos a crucificação
de Cristo. Nos outros dias queremos sempre celebrar a ressurreição de Cristo,
porque é Ele quem traz a novidade para dentro do mundo.
É isso que nos lembra a
cruz vazia: não podemos celebrar com Cristo preso à cruz. O apóstolo Paulo nos
diz: “Sabemos que Cristo ressuscitou e
nunca mais morrerá, pois a morte não tem mais poder sobre Ele”. Romanos 6.9.
Portanto, ressurreição nos faz
celebrar sempre de novo a esperança. Aquilo que nos mantêm na teimosia, na luta
da vida e que nos faz acreditar nela, apesar dos muitos sinais de morte que nos
chegam. Precisamos a cada dia olhar para a cruz vazia que não conseguiu prender
Jesus. Aliás, o grão de trigo nos faz lembrar disso, Jesus diz: “Se o grão de trigo não for jogado na terra
e não morrer, ele continuará a ser apenas um grão. Mas, se morrer, dará muito
trigo”. João 12.24
Há uma pequena história que serve de
ilustração.
“Era
uma vez um grão de trigo. Tinha muito orgulho de si mesmo. Julgava-se o dono de
sua vida e pensava tomar às rédeas de sua vida em suas mãos. – sou um belo grão
de trigo – dizia consigo mesmo e estava convicto de sua grandeza. Por isso, não
queria se colocado na terra. Não queria se sujar na terra ou morrer na terra.
Queria ser guardado num saco plástico – na estante – para ali poder ser
admirado e poder se admirar de sua beleza e perfeição. Havia um outro grão de
trigo, no entanto, não tinha tanto orgulho de si mesmo. Não se opunha ser
colocado na terra. Era humilde e estava disposto a entregar a sua vida”. O que aconteceu? O primeiro grão não
conseguiu preservar a sua vida e, passando alguns anos, virou pó, desapareceu
completamente e foi jogado fora. Como se joga o pó fora... O segundo grão,
colocado à terra, também desapareceu, mas depois de algum tempo – vejam só –
dele brotou nova vida, um pé de trigo bonito. Que produziu dezenas de novos
grãos.
Parece que nós somos muito parecidos
com o primeiro grão de trigo. Queremos nos preservar e nos isolarmos, nos
resguardarmos do mundo. Queremos ser objetos de admiração e não nos
misturarmos. Querendo nos resguardar passamos pela vida sem vivê-la. E assim,
na ânsia de preservar nossa vida, encontramos a morte. Isto não precisa ser
assim. Cristo nos libertou desta preocupação para viver a vida em completa
liberdade e disponibilidade ao servir e ao testemunhar.
Vale
lembrar da palavra bíblica que nos diz: “Jesus
Cristo disse: Eu sou aquele que vive. Estive morto, mas agora estou vivo para
todo o sempre” Apocalipse 1.18
Abençoada
Páscoa – 2013
Pastor Vernei Hengen
Paróquia Evangélica de Confissão Luterana Marechal Cândido
Rondon – IECLB
(Comunidade Evangélica Martin Luther)
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